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Experiência de 2013 - Do estudo para a prática: modificando o olhar, transformando o cotidiano na inclusão

Um conto de crianças já grandes e pequenas, um recorte de uma experiência inclusiva.

Era uma vez uma escola que recebia muitas crianças com deficiência e um grupo de professoras com muita vontade de fazer o melhor para eles, mas não sabiam como nem por onde começar. Essas crianças apenas estavam inseridas e assistiam as atividades das demais crianças porque não conseguiam interagir com quase nada! As professoras se sentiam muito sozinhas e suas iniciativas de trabalho com essas crianças sempre estavam isoladas. Um dia uma professora de educação especial começou a trabalhar nessa unidade...isso foi lá quase no final de 2011 e percebeu que poderia ajudar. Ela percebeu que as professoras queriam muito aprender e como eram muitas pessoas, ela precisava pensar em tempo para isso. Conversando muito com a orientadora pedagógica ela percebeu que era possível criar um espaço de formação dentro de uma HP (hora projeto). Essas professoras toparam a ideia e tudo começou....Toda semana esse grupo começou a se reunir e algumas professoras começaram a trabalhar como educadoras de apoio, ajudando as outras professoras que tinham crianças com deficiência em suas turmas e aí claro, começaram a trazer um montão de dúvidas: O que é paralisia cerebral? Eles conseguem o que? O que podemos fazer com eles? Enfim...começamos a estudar. Passamos a compreender a necessidade do estudo para pensarmos nas estratégias de trabalho. Novas posturas passaram a ser tomadas diante dos novos conhecimentos e das discussões. Hum....começaram a surgir um caminhão de ideias. Pensamos: eles precisam se comunicar..mas como? Como iniciar com crianças tão pequenas a comunicação alternativa? Ah...mas aquela equipe é muito esperta....elas pensaram...criança gosta de música...vamos fazer uma seleção de músicas legais e registrar de alguma forma? E assim foi feito! Olha...deu um trabalho...vocês acham que é só escrever a letra da musiquinha e pronto? Que nada...tem letra diferente da música que a gente conhece...poxa...quanta música diferente a gente não conhecia? Colocamos tudo isso num CD e as fichas tinham a letra e uma figura principal. Assim as crianças podem começar a associar a imagem do conceito!!!O ano passou e esse grupo adorou aprender tanto! Começou esse ano e todo mundo quis continuar....teve até gente que começou porque ficou interessada!!!Começamos tudo elaborando um plano individual para cada criança...assim identificamos e percebemos as especificidades de cada um. Foi tão legal!!!!Tinha gente que conhecia um pouquinho as crianças...outras conheciam um montão! Íamos pensando em cada uma e o que elas tinham de potencial para ser aproveitado. Nossa...começamos a ver que cada ser é único, exclusivo, assim como suas necessidades! Percebemos que as crianças cadeirantes não estavam incluídas nas brincadeiras...puxa....será que elas não tem vontade de brincar também? Mas como? O Gustavo não vê muito, o Pedro fica todo duro quando tenta fazer alguma coisa, o Vitor controla um pouquinho, mas não tem muitos amigos que gostam de brincar com ele...Começamos então a pensar num monte de brincadeiras e materiais para eles brincarem no parque e que as outras crianças pudessem brincar juntas! Vimos que às vezes as crianças não brincam com eles porque não sabem como fazer! Cada professora teve que inventar uma atividade ou brinquedo. No dia que apresentamos para as crianças, levamos junto uma cadeira de rodas para que as outras crianças sentissem como é andar numa...cadeira de rodas! Sabe...foi muito emocionante quando uma criança falou: “oba...hoje vamos brincar de ser o Pedro”..e outra “que dia mais divertido!”. Enfim...de pouquinho em pouquinho a inclusão dessas crianças foi abraçada por muita gente boa. Nessa escola a inclusão não fica esperando a professora de educação especial para acontecer....as crianças são de todos e um monte de gente pensando junto é muito melhor incluir!